Eventos


Seminário "Inclusão - Educação e Autodeterminação"

Realizou-se no passado dia 28 de outubro de 2013, no auditório do Conservatório de Música de Coimbra o Seminário “Inclusão, Educação e Autodeterminação”, promovido pela APCC, concretizando uma das atividades previstas no projeto “Fácil de @prender!” dinamizado pelos Serviços Educativos.

APRESENTAÇÃO DO PROJETO “FÁCIL DE @PRENDER!”

Após a Mesa de Abertura, foi apresentado o projeto “Fácil de @prender!” pelo Coordenador dos Serviços Educativos. Salientaram-se os seus fundamentos e enquadramento, metodologia, objetivos a atingir, bem como os produtos esperados e os planos para a sua disseminação.

PRIMEIRO PAINEL

Seguiu-se o primeiro painel do Seminário, intitulado “Inclusão: Política e Prática”. Nele intervieram três conferencistas convidados: Cor Meijer, Diretor da “European Agency for Development in Special Needs Education”; Filomena Pereira, Diretora de Serviços de Educação Especial e Apoios Socioeducativos da Direção Geral de Educação e Manuela Sanches Ferreira, Professora Adjunta no Departamento de Educação Especial da Escola Superior de Educação do Porto. Este Painel foi moderado por Bárbara Iglésias, Membro da Direção da APCC

Cor Meijer é Diretor da Agência Europeia para o Desenvolvimento em Necessidades Educativas Especiais desde 2005. Tem um vasto currículo desenvolvido na Holanda, seu país natal, e também um pouco por toda a Europa, trabalhando em organizações de âmbito internacional. Salienta-se o seu trabalho como Vice-Diretor da RION, bem como o seu envolvimento em estudos de investigação na área de educação especial, incluindo projetos para a OCDE, UE e UNESCO. De referir ainda, e também na área da educação especial, o trabalho que desenvolveu como consultor em vários organismos holandeses, incluindo o governo da Holanda.

Cor Meijer apresentou uma comunicação sobre “Inclusive Education in a European perspective” na qual abordou questões chave na prática da inclusão, bem como os normativos que a regulam a nível internacional e ainda o papel da investigação no processo inclusivo.

Filomena Pereira é Diretora da Direção de Serviços de Educação Especial e de Apoio Socioeducativo da Direcção-Geral de Educação do Ministério da Educação e Ciência. Mestre em Educação Especial, tem experiência docente nos ensinos básico e superior e de coordenação de cursos de formação contínua. Tem participado em projetos de âmbito nacional e internacional no domínio das necessidades educativas especiais, área onde se inserem a maior parte das publicações por si produzidas ou em coautoria. Desenvolver, com regularidade, atividades de colaboração com Instituições de ensino superior público na organização de cursos de formação especializada de professores e colabora regularmente com universidades e politécnicos através da lecionação em mestrados e formação especializada. É consultora do World Bank e a UNESCO para a área da Educação Inclusiva e representa o Ministério da Educação em diversos Grupos de Trabalho da União Europeia que estudam a problemática das Necessidades Educativas Especiais, sendo também membro do Conselho de Representantes da European Agency for Development in Special Needs Education.

Filomena Pereira apresentou uma comunicação sobre “Inclusão – Prática e Política” na qual abordou o percurso feito, a nível nacional, no que diz respeito às práticas inclusivas, bem como aos normativos que lhe estão subjacentes. Recordou que Portugal ratificou a Convenção das Nações Unidas sobre Direitos das Pessoas com Deficiência e apresentando alguns dados sobre a educação especial em Portugal, procedeu a algumas reflexões importantes.

Manuela Sanches Ferreira é Professora Coordenadora da Unidade Técnico-Científica de Educação Especial da Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico do Porto (ESEP). Licenciada em Psicologia pela Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto, obteve o grau de Mestre e de Doutoramento na mesma instituição. Ao longo dos anos desenvolveu, participou e coordenou mais de vinte e cinco projetos na área da intervenção comunitária e da educação, aprovados em concursos e subsidiados com fundos nacionais – e.g. Fundação Calouste Gulbenkian, Fundação Aga Khan, Ministério da Saúde - e europeus – e.g. Programas Leonardo da Vinci, Socrates, Grundtvig e Comenius e Tempus. Entre 2009 e 2011 coordenou a “Equipa Externa do Projecto de Avaliação da Implementação do Decreto-Lei 3/2008”, de que resultou um relatório e um sumário executivo com um conjunto de recomendações salienta-se, também, a participação como especialista convidada nos projetos Teacher Education for Inclusion: Profile of Inclusive Teachers e Raising Achievement for All Learners, coordenados pela European Agency for Development in Special Needs Education e, ainda, no European Consultation Symposium Measure to Combat Educational Disadvantage organizado pela European Commission's Directorate-General for Education and Culture. No presente faz parte da equipa responsável pela tradução, adaptação cultural e validação para a população portuguesa da Support Intensity Scale – Children (SIS e SIS-C) – num Protocolo com a American Association of Intellectual and Developmental Disabilities. Coordena a equipa portuguesa no Projeto Internacional e é coordenadora da “Unidade de Apoio à Escola Inclusiva da Unidade Técnico –Científica de Educação Especial e do Mestrado em Educação Especial: Problemas da Cognição e Multideficiência”. É membro do Conselho Científico-Pedagógico da Formação Contínua. É Consultora da UNICEF Arménia para a revisão do sistema e dos instrumentos de avaliação das crianças e jovens em idade escolar e o desenvolvimento dos programas educativos especiais tendo por base o referencial a CIF-CJ. Publicou os livros “Educação Regular, Educação Especial – Uma História de Separação” e “Aprender a Ensinar, Ensinar a Aprender” e participou em capítulos de diversos livros, bem como artigos científicos em revistas de circulação internacional sobre temas relacionados com a Educação Especial.

Manuela Sanches Ferreira apresentou uma comunicação sobre “Práticas inclusivas: da construção à sustentabilidade” na qual abordou três questões fundamentais: O conhecimento, construído a partir do confronto real; As práticas, compatibilizadas com o conhecimento; E colocou a questão: Porque são os presentes tão longos em educação? Concluindo que parece haver um problema de difusão e sustentabilidade. Todas as questões abordadas tiveram como base a prática da educação inclusiva.

SEGUNDO PAINEL

O segundo painel do Seminário foi intitulado “Inclusão, Vivência do Quotidiano”. Nele intervieram quatro conferencistas convidados: José Patrício, Encarregado de Educação de aluna com PC, Presidente da APC Seixal e representante da FAPPC na Comissão de acompanhamento dos CRI; Leonel Rocha, Vereador da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão; Manuel Pires da Rocha, Diretor do Conservatório de Música de Coimbra; Carlos Carona, Psicólogo Clínico na Associação de Paralisia Cerebral de Coimbra. Este Painel foi moderado por Pedro Cunha, Subdiretor-Geral da Educação.

José Patrício é pai de trigémeos de 16 anos, dois rapazes e uma rapariga, esta com PC. Licenciado em Biologia pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, é professor do 3º ciclo e ensino secundário, do Grupo 520, sendo também Diretor de Curso Educação Formação. É residente do Conselho Geral do Agrupamento de Escolas Terras de Larus, Seixal. É presidente da Associação de Paralisia Cerebral de Almada Seixal e Coordenador da Comissão de Educação da Federação das Associações Portuguesas de Paralisia Cerebral (FAPPC), bem como representante da FAPPC na Comissão de Acompanhamento dos CRI; É vogal da Direção da PC-AND, Paralisia Cerebral – Associação Nacional de Desporto e representante do Desporto Adaptado no Conselho Desportivo Municipal do Seixal.

José Patrício apresentou uma comunicação sobre “Inclusão … uma questão de acessibilidade!” na qual abordou essencialmente as questões relacionadas com a prática da educação inclusiva sob o ponto de vista de um encarregado de educação, nomeadamente no que se refere às medidas aplicadas em contexto escolar e aos recursos disponíveis nas escolas.

Leonel Rocha é Vereador da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, desde 2005. É Licenciado em Teologia pela Faculdade de Teologia – Braga – Universidade Católica; Frequentou o Curso de Psicologia pela Universidade do Minho, tendo-se profissionalizado na docência da Disciplina de Educação Moral e Religião Católica pela Faculdade de Teologia do Porto - Universidade Católica. Durante a sua carreira de professor assumiu as funções de: Director de Turma; Vice-Presidente do Conselho Executivo da Escola E.B. 2,3 de Ribeirão; Fundador e Responsável pelo Grupo de Teatro da Escola E.B. 2,3 de Ribeirão “Duques e Cenas”; Coordenador do Grupo de EMRC. No âmbito associativo fez parte dos corpos gerentes de várias associações, entre as quais a Associações de estudantes da Faculdade de Teologia de Braga; do Clube de Cultura e Desporto de Ribeirão; da Associação de Jovens da Arquidiocese de Braga. Foi o coordenador Diocesano e Nacional da Pastoral Juvenil Atualmente é Presidente da Mesa da Assembleia Geral da Lipac. É também Chefe e Fundador do Agrupamento de Escuteiros de Ribeirão.

Leonel Rocha apresentou uma comunicação sobre “Famalicão Inclusivo” na qual abordou as atividades desenvolvidas pelo grupo temático “Famalicão Inclusivo” que surgiu no âmbito das atividades desenvolvidas pela Rede Social de Vila Nova de Famalicão (Grupo Temático da Deficiência) em colaboração com todas as entidades concelhias de Educação Formal e Não formal.

Manuel Pires da Rocha é Diretor do Conservatório de Música de Coimbra. Iniciou a sua aprendizagem de Violino em Coimbra e, em 1982 partiu para Moscovo, onde viveu seis anos - o tempo de se diplomar em professor de violino e músico de orquestra. Mas antes integrou (e continua) a Brigada Victor Jara e o GEFAC, participou no Movimento Alfa (nas campanhas de alfabetização, em 1976). Depois de regressar da URSS passou a lecionar violino no Conservatório de Música de Coimbra. Para além disso trabalhou em bandas sonoras para teatro, televisão e cinema (enquanto músico e/ou compositor), foi autor de um documentário seriado para a RTP, participou em gravações e espetáculos com artistas como Adriano Correia de Oliveira, Fausto, Manuel Freire, Mísia, Carlos do Carmo, entre muitos outros. Exerce atividade política, associativa, cívica e sindical desde a juventude. Participou em grupos de trabalho para a reforma do ensino artístico, por nomeação do Ministério da Educação.

Manuel Pires da Rocha interveio proferindo as palavras que constam do texto que pode consultar aqui. Vale a pena uma leitura atenta!

Carlos Carona é Psicólogo Clínico na Associação de Paralisia Cerebral de Coimbra. Doutorado em Psicologia Clínica pela Universidade de Coimbra, é Investigador da Federação das Associações Portuguesas de Paralisia Cerebral e na linha de investigação em "Relações, Desenvolvimento & Saúde", da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra.

Carlos Carona apresentou uma comunicação que se intitulou “Let me be ME!” na qual apresentação de um programa de intervenção sobre o bullying laboral em pessoas com deficiência mental, bem como um trabalho de investigação realizado no âmbito dessa temática.

TERCEIRO PAINEL

O terceiro painel do Seminário foi intitulado “Peço a Palavra pela Inclusão”. Nele intervieram cinco pessoas com Paralisia Cerebral: Alda Dulce Pereira de Sousa Matos, 40 anos, Professora do Ensino Superior; João Paulo Oliveira Vieira, 22 anos, estudante de Teologia; Maria Teresa Fernandes Vendeiro, 43 anos, Secretária de Direção; Paula Rita Alves de Matos, 23 anos, Licenciada em Gerontologia Social; Susana Sofia Lindim Ferreira, 27 anos, Secretária Administrativa. O formato deste terceiro painel foi diferente pois tratou-se de um debate sobre a Inclusão na primeira pessoa, moderado pela Jornalista Bárbara Wong. Bárbara Wong é jornalista e editora do Jornal “Público”. Recebeu o Prémio A Família na Comunicação Social, logo na sua primeira edição e é autora dos livros sobre educação: “A Escola Ideal: como escolher a escola do seu filho dos 0 aos 18 anos”, “A minha sala de aula é uma trincheira” e “O meu filho fez o quê???. É ainda autora da coleção infanto-juvenil “Olimpvs.net”, em parceria com Ana Soares, com quem escreve o blogue “Educaremportugues”. O debate versou essencialmente sobre as experiências dos participantes no que diz respeito ao seu percurso de vida, incluindo o académico e profissional. Podemos concluir que o Seminário não seria completo se não contasse com este painel.

Na sessão de encerramento, a Vice-Presidente da Direção da Associação de Paralisia Cerebral de Coimbra, Fátima Januário, deu ainda a palavra aos moderadores dos painéis para que fizessem um breve resumo do que, em cada um deles, se tinha debatido e encerrou os trabalhos com algumas palavras de agradecimento e congratulação.

Poderá também consultar as notícias sobre o Seminário publicadas na Imprensa Regional: Notícia no diário “As Beiras”; Entrevista a Cor Meijer no “Diário de Coimbra”; Notícia no “Diário de Coimbra”.